Talvez queira chorar
Mais do que sorrir
Chorar
Deixar as lágrimas cair
Solta-las
Porque enquanto estiverem presas
Não deixam o sorriso libertar-se
Mas não saem elas
Nem as sinto
Não as ouço
Não estão perto
Não estão longe
Talvez nem estejam
Mas eu quero que estejam
Não consigo ser feliz se não souber chorar por mim

A minha face dança
Com força, com raiva
Com poder
Expressa, sente
Mostra a vontade de morder os dentes
E encolhe o nariz
Condenando-o por respirar desta forma
Mas revolta-se sozinha
Quando se volta para os outros
E cara esconde-se
E nasce uma nova
Uma que parece feliz
Uma que sorri mais
Uma que não chora
Não por não querer
Mas por não conseguir

Sinfonia da alma
Sinfonia de Beethovan
Sinfonia desafinada
Que não perde a triste melodia que a guia
Que engana, mente
Que leva sempre ao mesmo sítio
Posso mudar
Mas não quero
Quero ser o que sou
Mas feliz
Tristeza que tenta ser bela e não consegue!
A melodia não brilha
O violino toca
As mãos formam as teclas de um piano
Os braços revoltam-se com a bateria
A alma cresce, fortalece, renasce

Sente as vibrações e vibra com elas
Coisa mais querida
Coisa mais estranha
Coisa que entranha
Aprendo com palavras lindas
Que o mundo pode ser feio
Que as almas podem corromper
Quebrar, falhar
Não sente como deve
Este meu coração que solidifica
Da força que faz para não descolar
Agora já não descola
É quase de pedra
De mármore…é às cores!
Preto e branco
Escuro e luz
Luz e luz
Luz triste, luzinha contente!

Contive! Contenho! Conterei!

Mas não quero conter!