domingo, 25 de março de 2007

Desgata o tempo a menina...desgata o tempo!
E foge dele.
Esconde a alma de si própria
com medo de se sujar.
É tudo tão grande...tudo tão gigante!
Abraçar o momento? Qual momento?
Momento?
Qual momento?
Perfeito?

Momento de aquilatar-me?
Momento de mutilar-me?
Ou simplesmente momento de viver a preto e branco?

quinta-feira, 22 de março de 2007




Parar!
No tempo, no lugar, na minha concepção fantasiada, inventiva, de realidade ideal, que não passa de uma obtusa forma de mentir a mim mesma, de me fazer acreditar...

Parar!

De sentir,de saber...de querer saber. [Re]parar em mim. Parar para procurar-me onde me acho perdida. Chamar por mim. E ouço a minha voz. Só não a sigo. Ecoa... Não a sigo. Vou por onde não sei ou não devia ir...perco-me mais um pouquinho. Só mais um pouquinho... Afinal sonhar faz-me esquecer-me de que me perdi.

"Mas faz também esqueceres-te de te procurares"- ouço a minha voz. Mas não a sigo. Passo ao lado. Ando por onde não sei andar. Perco-me por onde não me sei perder. Falo o que não sei falar. Falo?


Parar.
Parar? Parei?

segunda-feira, 19 de março de 2007



Olhaste?

Olhei?


Sou ainda criança inexperiente que quer saltar o berço!
Mas quem salta o berço cai.
Não sei já se caí ou se quis acreditar ter caído e que não podia cair mais.
Não sei se olhei, se me fiz olhar.
Devaneio.
Sim,devaneio.Quimera,sonho,ilusão...
...fantasia absurda!
Pequena.
Não chego a tudo.Não chego.
Nem chego nem a mim...
Talvez por isso vá por onde a sombra me envolva e me oculte
e não saibam encontrar-me.
Deixo pensamentos em toda a parte...estou nos sítios por onde passei,ainda que não me sintam...deixei lá partes de mim...pensamentos,sobretudo.E algumas sensações.
Eu caíria...e fecharia os olhos. Flutuaría.
Bastava...

domingo, 18 de março de 2007

Ela vê.me!



Nem toda a falta de inspiração do mundo me tira a vontade de escrever isto!

Sim, Inês Macedo, chegou a minha vez de te escrever! Porque tu me sabes ler, e eu tb te sei ler! E gosto que nos saibamos ler. E quero ler-te p'ra sempre.... sem nunca esquecer, claro, as batatas fritas de presunto e o sofãsinho azul, que connosco teve já tantos encontros....e o homem que até parecia verdadeiro...
Quero ter momentos especiais contigo p'ra sempre.Aprendi a ver a vida de forma diferente contigo. E a sorrir mais!
Obrigada por seres quem és e por ajudares a fazer-me quem sou! AMO.TE!!




[e depois eu respondo: Oh Inês! Come chocolate aos quilos e continua a ir ao mabri!! =D]*
<3<3

sexta-feira, 16 de março de 2007

OH NÃO!! JÁ NÃO SEI POSTAR!!

PARA BEM DESTE BLOG E PARA QUE NÃO PERCA 50 % DOS SEUS LEITORES (O QUE CORRESPONDE A CERCA DE 2,3 PESSOAS),AGRADECE-SE O APOIO E AJUDA COM INSPIRAÇÃO, PARA QUE O ADMINISTRADOR DEIXE DE ESCREVER POSTS TÃO POUCO ELABORADOS!

VÁ LÁ.PESSOAL! AJUDEM A COMBATER A MINHA FRUSTRAÇÃO POR NÃO SABER O QUE ESCREVER....PARA DICAS, DEIXEM SOB A FORMA DE COMENTÁRIO OU CONTACTEM-ME ATRAVÉS DO MAIL!



[acho que pertenço à casta de aleijões e pedintes que António Lobo Antunes (Inês, acho que sabes porque decorei este nome...) refere na sua crónica sobre semáforos].



biiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiii*


beijo em todos*

Vejo?

Dizes-me que vejo?

Ver o quê?

O que há para ver?

Nada!

Nada no espelho!

Sim,nada!

Sou eu!

Não aceitas?

^

Não!

Não vejo!

Insistes que sim?

Se calhar só não quero ver!

^

Vejo?

Vejo bolas e bolas à minha volta

e voo nelas a tentar encontrar a certa.

Mas volto sempre ao mesmo sítio!

São bolas!

Redondas!

E ando em círculos!

Ven - da - da!

Des - bo - ta - da!

Des - fo - ca - da!

Sus - pen - sa!


^

Vejo?

^

Vês?

quinta-feira, 15 de março de 2007

What if i carry (me) on?


E se eu (me) carregar?E (me) aguentar?
Levar(-me) até cair?
E bater com a cara no chão,
continuando a sentir ainda o peso nas minhas costas,
podendo não mais ter força ou vontade de levantar?
E se eu (me) deixar ir?
E (me) ignorar?
Continua a crescer...mas eu só vou saber quando tiver ganho corpo,e talvez força própria..
Saberei aguentar(-me) ainda?
Ou deixar(-me-)ei cair?
Suportar(-me-)ei?
Suster(-me-)ei?

terça-feira, 13 de março de 2007

_^



até [nunca mais] ser
ficarei aqui
até [nunca mais] saber
até [nunca mais] rir

estática
à espera
até [nunca mais] me ver
até [nunca mais] tocar

cansada
esperar de outra forma
esperar?
só sei [nunca mais] sentir

mudei de casa (enquanto ainda a tenho)
mudei de rua, de mundo...
até [nunca mais] vir
até [nunca mais] sorrir [p'ra mim...e p'ra si!]

ainda vejo a casa onde morava ontem
a gravidade tenta arrastar-me
e levar-me de novo a ela
e eu arrisco não me deixar levar...NUNCA MAIS????

segunda-feira, 12 de março de 2007

Light?



Vai!
Ouves?
Sentes?
Queres?
Consegues?


Acho que não.
Digo-te que não.
Acreditas que não!


Vai!
Anda, vai!
Faz!

Fazes.
Desejas.
Queres!
Faço.
Desejo.
Quero!

Aconteceu...
E agora?
Ainda queres?
Ainda vês?
Alguma vez viste?
Alguma vez quiseste?

sábado, 10 de março de 2007



GRITO :

-berro

-brado

-bramido

-clamor

-exclamação

-guincho

-aulido

-estridor

-SILÊNCIO!

[grit]AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAA[r] !!

dentro do quadrado disforme que me molda
os movimentos ganham forma própria
e [falta de] força própria

e dentro deste quadradinho que me molda
e que cada vez encolhe mais
vejo um quadradinho ainda mais pequeno
mais definido,mais regular

de tão pequenino passa a colossal
quadradinho desmedido que temo
porque comprime o quadrado pequeno maior que me molda.

quem dera o mundo ser a preto e branco..e cinzento!
assim estaria em concordância com ele.
não sou colorida, não para mim.

mas espero sempre que o quadradinho pequenino que vejo ganhe cor...
e quando a sua vida se intensifica, todos os julgamentos e promessas de não correr a ouvir a desafinada melodia que [não] canta são desprezados e voo ao seu chamamento, na esperança de que realmente chame por mim.
mas não..apenas profere o meu nome como resposta obrigatória ao meu apelo, sem intenção de o envolver e de o moldar de novo...

e enquanto me entretenho com rabiscos e gatafunhos,o quadradinho desaparece...e o quadrado que me faz cai ao chão..partido!desmoldei...

sexta-feira, 9 de março de 2007

Eu tenho um estrela que é minha
só minha
dísseram que era eu..mas é apenas a minha estrela
que está lá
quando me roubam o que ficou nos meus olhos,onde a noite entrou
e que a vida abafou!

Esmorecimento, desfalecimento do olhar vazio que agora apresento
Hoje foi a estrela que o avivou
queria alcança-la,tocá-la e abotoá-la a mim
prender a sua luz para que me alumiasse sempre
e podia ser que uma borboleta voasse em torno de mim
e a estrela se tornasse na minha luz de presença!
Mas não cheguei lá...estendi os braços,mas sou ainda muito pequenina!



LUZ DE PRESENÇA,OLHA P'RA MIM! CHEGUEI!


[3 ideias de frases a partir de Susana Félix: "ficou" e " luz de presença"]

quinta-feira, 8 de março de 2007

"Como à espera de um comboio na paragem de autocarro"
Sou eu!

quarta-feira, 7 de março de 2007

eu sonho taaantoo!!

Não há ninguém assim,como tu,
pessoa que eu inventei
Como débil forma de vida que sou!

Mil máscaras, uma só alma .
Andas por aí,mas não me contas onde.
Não me chamas.
Chamo antes eu por ti.
Mas só não foges da imaginação,
onde dançamos ao som de um voo, de aplausos à nossa viagem devaniada.

Espreito pela porta da concepção intelectual e espiritual na qual te concebi,
tentando achar o mapa que me leva a ti.
Silêncio.
Apenas uma suave luz de presença manifesta a ansiedade de viver!
Tu olhas-me...

Solta-se a dança....
Bate-me o vento... Levito!

Eu olho-te.
Bate-te o vento... Levitas!

Dançamos como nunca...sinto-te perto de mim.

Respiração.

Toque.


Mas não existes a não ser na estrada entre o destino e somente o destino!
Destino imaginado que vislumbro algures na minha falta de razão!

A dança fenece enquanto acordo!

terça-feira, 6 de março de 2007

xiii...hoje não tou inspirada!! valeu-ma a música da Ala dos Namorados que é bonita...

Não sei onde me perdi
Onde perdi a inspiração que tento agora reaver e reencarnar nas palavras que escrevo.
pergunto até que ponto poderá um mero texto sem sentimento revelar-me.
não passa,afinal, de uma consequência de um irrefutável desejo de ter o que escrever de uma louca, que hoje não sente o que escreve porque talvez não sinta de todo!

doce melodia a que me embala
e me oferece algo para aclamar
violinos...como adoro o som dos violinos!
e do piano que me engrandece...não estou já dentro de uma bola de sabão...agora eu sou a bola de sabão
e voo algures pelo eterno firmamento, onde sou como que empírica, experimentacional..passional!
sinto-me crua....despida de pensamentos..e de sentimentos
o texto morre
a vontade cresce, mas a falta de não sei quê inibe-a
e as palavras chegam, assim, ao fim!

Ala dos Namorados - Já sou Grande

Pai ouve o que eu já sei dizer
Não saias daí so lugar
A,b,c,d, ...Até ao fim
...Infinito!

Já sei decor todas as cores
Que puseram no arco-íris
1,2,3,4,5,6,7,
Que bonito!

Agora vou tirar
As mãos do volante
E vou pedalar pra outro lado
Pra te ver
Pra te ver
Pra te ver um pouco assustado

Afinal já sei quantos são
Os peixinhos todos do mar
São estes assim e mais muitos
E mais dois

Pai aquela bola é o Sol
E mais tarde a outra é a Lua
Mas agora ainda não está
Só depois

Agora fecha os olhos
E conta até 30
Que eu só quero esconder-me de ti
Pra te ver
Pra te ver
Pra te ver sozinho e sem mim

domingo, 4 de março de 2007

Gonna buy a new heart 'cause mine is frozen!

Congelou!
Sentiu e congelou!
demasiado frio, demasiada luz!
saudade do escuro, onde não via, não sabia
e sorria
saudade de saber deixar passar, deixar-me levar
Agora arrasto, apanhando pedaços danificados de plangência que rebolam e giram em torno dos meus devaneios e insanidades...
Melancolia banal sem qualquer vulgaridade
Banal em mim!
Engoli sem provar o desejo de viver
congelei sem prever o frio que daí adviria
As luzes fingiram brilhar p'ra mim
e eu pensei resplandecer!
Erro meu
Não sei tocar piano como quis
não me elevo conforme é meu desejo
minha vontade de voar não será saciada
não voarei em breve...
Talvez desista de sonhar por agora!
E decida viver dentro de uma bolha, como outrora aconteceu...

sábado, 3 de março de 2007

lines

Já não mora quase ninguém na minha cidade
cidade, aldeia,vila,ilha isolada!!
abandonada,triste,acabrunhada
uma cidade de mentira,de plástico....comprada numa loja barata
onde tudo é construído por um ser encolerizado e encruado!

Sou,portanto,peça de plástico,com defeito!



Não há caminho...

...não vejo luz nesta direcção
perdi a noção de que rumo sigo
já não sinto o chão que piso
já não piso chão
não me é permitido
Não posso pousar os pés e deixar cair o corpo
resta-me arrastá-lo,e continuar a andar sem chão...agarrando-me a toda a réstia de ilha e aguentar-me,sozinha,trepando pelas paredes da dor onde a linha do comboio muda continuamente o seu destino..e o fará descarrilar um dia... e todas as suas carruagens cairão no desfiladeiro sob o qual me encontro suspensa...


paixão perigosa,má,doentia...paixão que trago nos bolsos do figurino que uso abaixo da máscara...

a máscara....

vazia!

sem expressão!

puxaram-na!

e começa lentamente a descolar [small steps, little girl! small steps!]

e agora,quem a arrancou de mim exige vê-la novamente!

whatever [hidden poetry (post)]

AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAHHH!

sexta-feira, 2 de março de 2007

Adão e Eva

-toma.prova-disse
-não!não quero!não posso!
-prova!sente-o!
-não!já disse que não!
-porquê?
-porque se provar quererei mais..e o pecado que trás não é doce! é amargo! não quero uma vida amarga!
-prometo-te que não será!!
-eu sei que será!
-eu provei e continuo doce!
-tu não és doce...és amargo!senão não pedirias que provasse!
-não sou amargo.sou apenas diferente.vejo o mundo de outra forma.se provares será assim para ti também.e gostarás do que vês!
-não!Adão não quero!
-preferes então manter-te na ignorância e não saber o que è viver?
-eu sei viver!!
-não sabes não!viver é arriscar e tu não arriscas sequer trincar uma maçã!vá prova!
Eva não quer,mas Adão insiste para que prove...e a tentação cresce ...contudo, sabe que se o fizer tornar-se-á pecadora, e passará a viver na sombra....mas Adão continua a insistir...
-vá,prova!eu prometo que estarei contigo sempre!não te deixarei sozinha!
-mas...
os olhos brilham de medo e de desejo! a mão dela levanta,e agarra a maçã com toda a sua força!leva-a à boca!olha uma vez mais para Adão, questionando-o com o olhar se deverá mesmo provar!
-coragem!sentirás novos prazeres,novas formas de ouvir a sinfonia que eleva os teus pés e te fortalece a alma...a dança que que te envolve a vida e a faz brilhar!
Eva olha a maçã de novo.trinca-a,sente o seu sabor...é doce!afinal é doce!olha Adão de novo...doce?
cai no chão.
ele observa-a, estendida, enquanto ri...."pobre ser que se julgava imortal...pobre alma...tanto procurou o doce, que o encontrou..e o doce dissaboreou-a.."
sorri com um olhar cruel e impiedoso....roubou a serenidade e a pureza da mais inocente das criaturas..e agora,olhando nos seus olhos tristes e ainda brilhantes, não sente pena alguma...
partiu para longe.naquele local ficou eternamente a marca da passagem da sua áspera sombra...refúgio de almas perdidas que procuram conforto num corpo moribundo e abandonado num local onde a solidão invade, e teima em ficar.

quinta-feira, 1 de março de 2007

Vidros

o grito já se ouvia até pela alma glaciar mais distante
já se sentia, já arranhava...
sobre mim os vidros partidos de um telhado fraco, falso, caíam sem dó
cortando a camada de revestimento da alma, vulgarmente apelidado de pele, deixando a descoberto todos os segredos que ela guardava..
com os vidros, caíam também a chuva e os relâmpagos da tempestade que se formava, trespassando a alma, como que a a castigá-la por tê-los mantidos presos durante tanto tempo..
chovia na alma, que sangrava, cortada pelas lâminas afiadas de pedaços de vidro que sucumbiam à gravidade e à culpa,e caíam revelando a pouco e pouco um edíficio em ruínas...um ser condenado que apenas já só tinha força para levantar os braços ao céu e chamar deus,sendo ele quem quer que fosse,quem quer que quisesse ser....os gritos confundiam-se com a trovoada, e a música falhava, como se fosse tarde demais para tocar...
doía a chuva da alma, com a banda sonora a enfraquecer
mais um império sem imperador que ruía, pintado de escuro, de luz indefinida, onde a marcha da derrota se dava já como iniciada!
a parada da insignificância, que de tão insignificante ser se ía já desmachando...
com os vidros e a tempestade, começaram também as paredes a cair...
estendi os braços mais uma vez...
a avalanche soltou,rolou,envolveu, e congelou...
a muralha caíu...eu caí...e os meus vidros confundiram-se com os do telhado!