quinta-feira, 1 de março de 2007

Vidros

o grito já se ouvia até pela alma glaciar mais distante
já se sentia, já arranhava...
sobre mim os vidros partidos de um telhado fraco, falso, caíam sem dó
cortando a camada de revestimento da alma, vulgarmente apelidado de pele, deixando a descoberto todos os segredos que ela guardava..
com os vidros, caíam também a chuva e os relâmpagos da tempestade que se formava, trespassando a alma, como que a a castigá-la por tê-los mantidos presos durante tanto tempo..
chovia na alma, que sangrava, cortada pelas lâminas afiadas de pedaços de vidro que sucumbiam à gravidade e à culpa,e caíam revelando a pouco e pouco um edíficio em ruínas...um ser condenado que apenas já só tinha força para levantar os braços ao céu e chamar deus,sendo ele quem quer que fosse,quem quer que quisesse ser....os gritos confundiam-se com a trovoada, e a música falhava, como se fosse tarde demais para tocar...
doía a chuva da alma, com a banda sonora a enfraquecer
mais um império sem imperador que ruía, pintado de escuro, de luz indefinida, onde a marcha da derrota se dava já como iniciada!
a parada da insignificância, que de tão insignificante ser se ía já desmachando...
com os vidros e a tempestade, começaram também as paredes a cair...
estendi os braços mais uma vez...
a avalanche soltou,rolou,envolveu, e congelou...
a muralha caíu...eu caí...e os meus vidros confundiram-se com os do telhado!

5 comentários:

I. disse...

olá. obrigada pelo comentario hehe. breaks do blog, pois as vezes acontece. =)

ainda nos desatinos da adolescencia, não é verdade? enfim, há q passar por ela....

beijo.

Nad.In disse...

xD



parece que sim...pena é que às vezes passe perto demais e ela me dê encontrões...mas fora isso... :P

pieces of me (Luna) disse...

lindu lindu lindu lindu...
e apenas mais k lindo..

Sara Costa disse...

"...e a música falhava, como se fosse tarde demais para tocar..."

"...eu caí...e os meus vidros confundiram-se com os do telhado!"

[sem comentário possivel... está tudo escrito... Gostei muito mesmo :)]

adrianaleites disse...

então eu continuo a boiar... mas a água [jorrada pela tromba do elefante] agora apanhou o tom avermelhado do sangue... e não sei de quem é o sangue, se teu se meu... e água turva de vermelho... e eu sem saber quem sangra assim. e eu não sei... será que são os salpicos vermelhos da minha carapaça roxa que se estão a dissolver na água? será o sangue teu, das fridas deixadas pelos vidros que ainda não parou? e eu boio de capapaça para baixo, sem saber porquê água tão turva!