quarta-feira, 21 de fevereiro de 2007

Hoje Caíu

Hoje caíu....não prendi,e caíu....
mas não gritou
caíu pura e simplesmente
a máscara caíu
e ja não mente...hoje sente...

Caíu por tão pouco,e caíu por tanto...
caíu e quase partia...quase!
mas não falei
e não partiu
tentei falar,mas não falei
agora aperta mais a voz que cresce cá dentro
e não sai
aperta...um dia sairá sob a forma de explosão viva
e a máscara partir-se-á

mas hoje não partiu....parti eu,mas a máscara não partiu
caíu...e eu caí com ela....dói-me a cara de tanto bater no chão
de tanto acreditar e nunca ter visto tudo
de pensar que sim e ser não
de saber que é não e mentir a mim própria dizendo que é sim


dói-me a cara porque me bateram...
sem me tocarem,sem me falarem....
talvez seja isso que dói.....
proferirem palavras sem falar
baterem sem reparar

só me resta apanhar a máscara de novo
colocá-la outra vez,suavemente,levemente
porque ainda dói a cara que caíu
contenho a voz,chego a mão ao chão para a apanhar
o meu corpo cede
cai
agora toda eu estou no chão
procuro em mim força [vontade] para me levantar
ou para pegar na máscara
a minha mão sobre ela,ergue-se...aproxima-se...

já está
tenho máscara outra vez
presa com fios mais forte,mais resistentes
para que não caia novamente
já posso chorar de novo sem ninguém ver
e gritar sem ninguém ouvir!

2 comentários:

Anónimo disse...

Prendesse a voz num sussurro mortal, frenética alegoria a uma vida por detrás de uma mascara de barro.

Morre-me o ser por querer,
Morrer-me a alma
Porque nunca a deixei viver
Tudo me arde, so ficam palavras soltas de amor e ódio…
Fica o sussurro
Foge-me a brilhante alegoria!

[Fico eu]

Anónimo disse...

pois máscara...
máscara, segunda cara
máscara, camuflagem
máscara, mentira
máscara, para que te quero máscara
máscara, para que queres tu máscara
tira-a JÁ!
não te quero de máscara...
quero-te simplesmente TU!
como só tu és.
como só tu sabes ser.
como só tu podes ser.
não queiras a máscara.
eu já tive uma, e sentia-me
falsa. não eu. uma casca. só um verniz. e dos foleiros. talvez por isso não durou muito tempo.
e logo logo, eu não o quiz mais.
eu o neguei. eu me desprendi de todas as pompas e circunstâncias.
para voltar a ser eu. muito eu. e agora não quero esconder-me mais.
e sabes que mais, depois de tirar a máscara. senti-me suja por um dia a ter usado. é muito triste.
eu fui uma pessoa de máscara, com um verniz foleiro. antes de entrar para os trup'eça, era assim. porque não conseguia me enturmar com os grupinhos das minhas turmas. não tinhamos nada em comum. então para conseguir entrar naquele mundinho tinha de usar a máscara. e detestava. toda a minha vida social antes dos trup'eça foi de máscara. e no meu baile de finalista, o ano passado, eu já andava nos tru'eça, e fui ao baile de finalistas (maior burrada da minha vida, nunca o devia ter feito) não estava preparada para tal. e como não tinha a máscara para me proteger, e para conseguir entrar naquele mundinho mediocre e fútil, não estive nada bem no baile, fiquei sozinha, não me consegui divertir, achei aquilo uma palhaçada autêntica a que todos achavam graça, menos eu.
não sei se é a este tipo de máscara que te referes. mas como aconteceu assim comigo, quiz dizé-lo.
[desculpa este comment enorme, só agr é que reparei.]
beijinhos princesa*