quinta-feira, 10 de maio de 2007



a agua caia na banheira, e saia pela torneira, fugindo.
os dias tinham passado, as palavras tinham-se esgotado...e com elas os sonhos.

os segredos que tinham inventado, as conversas que nao poderiam ter sido ouvidas por mais ninguem... o segredo que nao era segredo, era mito.
alguem que nao sabia amar tinha-os levado...e às palavras, e ao sonho!
palavras que nao podiam amar. nao tinham chegado.

doiam essas palavras. doia a falta dessas palavras.

a agua continuava a correr. os segredos a desvanecer. escapavam-se por entre as paredes, por entre as fendas do coração. essas fendas tao vulgarmente abertas e tao dificilmente remendadas.

mudar de casa, mudar de objectivo... não mudou o segredo [passou].não fugiu o amor [ficou].
construir o livro, construir as palavras...ficou o mito.
desperdicio de palavras, desperdicio de sentimentos, desperdicio de segredo. desperdicio.

a agua ultrapassava já a banheira.as palavras, no chão, iam-se afogando.não podiam amar essas.não podiam. iam-se afogando. e o lápis que as escrevia.
e o segredo?devia afogar-se?

o corpo, na banheira, deixava cair a cabeça. devia afogar-se o segredo?
a água cobria lentamente cada pedaço do seu rosto. devia?
debaixo de água, o pedido sufocado de quem que não podia amar. não podia?

o pedido afogou, a alma afogou, o segredo afogou!

2 comentários:

"Carolina" disse...

Tudo se afogou menos o meu David certo?
Se ele se afogou, eu tb me quero afogar!

Afogou-se a alma mas nao se afogou o corpo. Vamos dar a este corpo sem alma uma nova vida... Vamos dar a este corpo uma nova oportunidade para aprender a nadar.

Já que nao digo nada de jeito: PARABENS!

A NADINE HOJE FAZ ANOS <3 AMO-TE

Anónimo disse...

Eh pah ... ADOREI ADOREI ADOREI
BJS