Já não mora quase ninguém na minha cidade
cidade, aldeia,vila,ilha isolada!!
abandonada,triste,acabrunhada
uma cidade de mentira,de plástico....comprada numa loja barata
onde tudo é construído por um ser encolerizado e encruado!
Sou,portanto,peça de plástico,com defeito!
Não há caminho...
...não vejo luz nesta direcção
perdi a noção de que rumo sigo
já não sinto o chão que piso
já não piso chão
não me é permitido
Não posso pousar os pés e deixar cair o corpo
resta-me arrastá-lo,e continuar a andar sem chão...agarrando-me a toda a réstia de ilha e aguentar-me,sozinha,trepando pelas paredes da dor onde a linha do comboio muda continuamente o seu destino..e o fará descarrilar um dia... e todas as suas carruagens cairão no desfiladeiro sob o qual me encontro suspensa...
paixão perigosa,má,doentia...paixão que trago nos bolsos do figurino que uso abaixo da máscara...
a máscara....
vazia!
sem expressão!
puxaram-na!
e começa lentamente a descolar [small steps, little girl! small steps!]
e agora,quem a arrancou de mim exige vê-la novamente!
1 comentário:
atira à máscara para o lado. ajarra-te às pareces da cidade de plástico. tu não és um boneco com defeito. eu brinco contigo, na nossa cidade de legos, e tu não tens defeito. és um bonito boneco, de muitas cores. e eu gosto de brincar contigo.
Enviar um comentário